terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Precisa-se de matéria prima para construir um País"

Enviaram-me hoje, por e-mail, um texto brilhante que, infelizmente, não conhecia. Para quem já conhece, não será demais ler outra vez, para quem não conhece fica aqui o convite à leitura e, principalmente, à reflexão...


Precisa-se de matéria prima para construir um País
"A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.

Agora dizemos que Sócrates não serve.

E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros
países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,

DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador
falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:

-Onde a falta de pontualidade é um hábito;

-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano;

-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois reclamam do

governo por não limpar os esgotos;

-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros;

-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é muito chato ter que ler') e não

há consciência nem memória política, histórica nem económica;

-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para

caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se

fazer qualquer exame.

-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um

inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o

lugar;

-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão;

-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de

que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje

pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as
mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de
qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má,
porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar
com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um
caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa ?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima
para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente
estancados... igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às
nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o
fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para
lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO."

Eduardo Prado Coelho - in Público

(Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos).

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Leu com atenção? Não!...  Então volte ao início e leia novamente. Eu já li, pelo menos, umas três vezes. E, parece-me que não vou ficar por aqui...

Cumprimentos,
Noélia 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Adaptação moderna dos Lusíadas

Recebi hoje por e-mail, desconheço o autor, e não resisto a partilhar esta curiosa versão adaptada dessa grande obra - "Os Lusíadas":

I
"As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas...
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano...
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.


IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!"

sábado, 30 de outubro de 2010

A Crise, a corrupção, as mordomias, a falta de dignidade, credibilidade e ética

Porque será que Portugal está em CRISE?!...

Dicas em:

"Uma gota no oceano chamado Portugal"
"Isto é apenas uma gota no OCEANO chamado Portugal! Tudo o que vai aparecer neste texto não é ficção! Acontece em Portugal. País com regime democrático à beira mar plantado"

Para ler pausadamente e com muita atenção.

sábado, 16 de outubro de 2010

DESÍGNIOS E VONTADES

Retirei e publico aqui o trecho que se segue porque não poderia estar mais de acordo com a afirmação de que:

“SE TODOS QUISERMOS, PODEREMOS FAZER DESTE PAÍS UMA GRANDE NAÇÃO.”
Lá está basta querermos! Resta saber se queremos!

Transcrição:

"25 - DESÍGNIOS

Democracia de governo emanentes da soberana vontade do povo representado pelas classes mentalizadas, especializadas, técnicas, profissionais, o que equivale dizer, pela força ou total sinergia social, máxime sabendo-se que, todos os brasileiros devem ter profissão econômica, posição social definida e uma ação sociológica eficiente.

Daí o nosso compromisso, de trabalhar pelo desenvolvimento econômico, Justiça Social em prol da Pátria, evolução e dignificação humana, preparando o advento da Nova Civilização, síntese que tem como centro de irradiação e berço o Brasil, coração da América do Sul."

SE TODOS QUISERMOS, PODEREMOS FAZER DESTE PAÍS UMA GRANDE NAÇÃO
(JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER – O TIRADENTES)

Retirado de:
http://www.pld.org.br/progr.asp


Na minha opinião, muitos querem e estão dispostos a trabalhar para isso. Muitos outros querem mas não estão para isso e outros nem sequer querem saber disso. Depois há aqueles que não querem e que fazem tudo o que está ao seu alcance para que os que querem não consigam lá chegar e para convencer os que até quereriam de que não vale a pena querer ou tentar...


“ Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, já dizia Caio Júlio César, Líder Militar Romano…

Foi esta a frase escolhida por um Português que quer contribuir para fazer deste país uma grande nação e que a colocou na sua Proposta de Estratégia Global para o Movimento Mérito e Sociedade. Este é um Português que QUER e está disposto a trabalhar para isso. Há, portanto, que juntar o nosso querer ao querer dele e de todos aqueles que também querem fazer deste país uma grande nação. EU DIGO: QUERO!!!!

Não quero continuar a assistir de braços cruzados a ver aqueles que não governam nem se deixam governar a governarem-se, e muito bem, às nossas custas. Para mim BASTA!


Acredito que uma grande maioria de pessoas tenha assistido a uma reportagem que passou recentemente num dos canais de televisão onde foi referido que há imensos brasileiros a regressarem ao Brasil, porque este é um país em franca expansão e crescimento económico, contrariamente ao que se passa por cá. Eu faria o mesmo e até tenho imensa vontade de emigrar, de tão cansada que estou de ver o que se passa no nosso querido Portugal. Todos os dias surge mais algum pormenor escabroso que contribui para o adensar da minha indignação. Para além disso, também já li algures que há muitos médicos espanhóis a abandonar Portugal. Pudera!...

Mas aguardemos, quando baixar drasticamente a receita do turismo e do número de turistas que nos visitam, sempre quero ver os que vão dizer os nossos governantes!... Ah,...já sei, vão dizer: "é a crise", a crise, sempre a crise. Sim, sim a crise serve de desculpa para tudo! Os turistas vão mas é para os outros destinos turísticos mais baratos, com o IVA mais baixo, com o combustível mais barato, onde não têm que pagar portagens, etc, etc, etc, e depois claro: vá de gastar milhares de Euros em campanhas promocionais de Portugal no Estrangeiro. Tá-se mesmo a ver os grandes Operadores Turísticos que mandam nos fluxos turísticos a apostarem em vender Portugal e a correr riscos, quando podem ter mais lucros logo ali ao lado em Espanha, por exemplo. Alguém que diga a estes Senhores governantes para deixarem de nos atirar areia para os olhos e de tentar tapar o sol com a peneira!...


Hoje por exemplo, ao ler um artigo publicado no blogue: http://espiralpositiva.blogspot.com/2010/10/orcamento-de-base-zero.html, fiquei a saber que há “13,740 organismos do estado com o objectivo de justificar as despesas apresentadas, os vencimentos pagos, e em ultima análise a própria existência de alguns desses organismos, cujas competências se sobrepõem e atropelam."
Sabia que eram muitos, mas 13,740!... O que é isto????... Pode ser tudo, menos normal, razoável e aceitável!


Comentário curioso: hoje, à hora de almoço, ouvi, por acaso, um comentário que suscitou o meu interesse e me inspirou, de certa forma, a escrever. Falava-se de política e de repente alguém disse: “quando a política se sobrepõe ao futebol, é porque o futebol anda com pouco interesse.” Achei muito curiosa esta manobra de desviar o assunto, porque na realidade (na minha opinião, claro), quando o assunto futebol dá lugar ao assunto política e deixa de ser o principal tema de conversa entre um grupo de homens é porque efectivamente a situação é demasiado complicada, grave e preocupante, para não ser discutida por cidadãos atentos, preocupados e esclarecidos. Fiquei contente porque constatei que as pessoas discutem seriamente a situação político-económica que se vive em Portugal e nem aquele comentário conseguiu desviar o tema da conversa. Apreciei bastante! Afinal, ainda há esperança! Só espero que não despeçam o Paulo Bento para tentar desviar a atenção das pessoas para o que se segue: a discussão do (des)Orçamento do Estado!...

Quero, ainda, partilhar na íntegra o conteúdo de um e-mail que recebi hoje de um cidadão atento, preocupado, responsável, empenhado e interessado em contribuir em fazer deste país uma grande nação:

Vamos fazer algo pelos nossos filhos?

Há quem me diga que se o FMI regressar a Portugal não seria a primeira vez, pelo que se conformam com esta "estado de coisas".
Só que se esquecem duma coisa: se cada criança que nasce em Portugal já é "devedora" em 15.000 euros, acha que, se não olharmos pelo futuro dos nossos filhos e não reagirmos a esta pouca-vergonha da gestão das contas do Estado (institutos públicos e sector empresarial), eles terão uma condição de vida, no mínimo, idêntica à que nós temos?

Acha que com esta sucessiva delapidação do dinheiro dos contribuintes (e compadrio associado) haverá futuro para o País onde queremos (penso eu) que os nossos filhos cresçam e tenham a sua oportunidade para se afirmarem?

Não acha que é hora de olhar um pouco mais à frente do que no dia-a-dia?

Não está farto (ou farta) do discurso demagógico de quem só olha para o Estado (e as suas mordomias) mas se esquece da Economia (a real alavanca de desenvolvimento) e dos próprios portugueses?

É confrangedor verificar que, sendo nós, neste momento, 5.319 aderentes a esta causa, não façamos sequer um esforço para reunir as 4.000 assinaturas válidas, de modo a que as nossas petições possam obrigatoriamente ser discutidas na assembleia da República.

http://www.peticaopublica.com/?pi=impostos

CONTRA o AUMENTO de IMPOSTOS, pela REDUÇÃO da DESPESA PÚBLICA CORRENTE do ESTADO e pela INTRODUÇÃO de uma "ÉTICA MÍNIMA GARANTIDA" na GESTÃO dos DINHEIROS dos CONTRIBUINTES

http://www.peticaopublica.com/?pi=201001a

PELA OBRIGAÇÃO DOS POLÍTICOS APRESENTAREM DECLARAÇÃO PATRIMONIAL ANUAL ALÉM DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS

http://www.peticaopublica.com/?pi=SNSgratu

POR UM SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE TOTALMENTE GRATUITO E UNIVERSAL E CONSEQUENTE ALTERAÇÃO DO ARTIGO 64.º, n.º 2, alínea a) da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Acha que se não defendermos o que é nosso alguém o fará por nós?

Não acha que haverá mais alguém por quem valerá o esforço de perder meio minuto com a sua adesão?
Com os melhores cumprimentos, à atenção da sua consciência e votos de um bom fim-de-semana.

Pedro Sousa
http://www.cidadaniaproactiva.blogspot.com/


Na mesma linha de actuação, não posso deixar de referir outro nome importante na contribuição para que este país seja uma grande nação e que já demonstrou que também QUER!
Rui Manuel Moura
http://www.youtube.com/watch?v=F-xMt4Zxjck&feature=player_embedded#!


E para terminar, porque este post já vai muito longo, a “cereja em cima do bolo”! Sobre o artigo cuja leitura a seguir sugiro, não farei qualquer comentário, a conclusão terá que ser de cada um, após um exercício de reflexão profundo, isolado, calmo e sem interferências:

“Se isto for verdade é grave, muito grave”


Cumprimentos e bom exercício de reflexão.

Noélia

PEC (PLANO para ENGANAR os CIDADÃOS) - Verdadeiro ou Falso?

POR CIDADANIA PRÓ-ACTIVA:

"AO CONTRÁRIO DO QUE NOS QUISERAM FAZER CRER, O PEC (PLANO para ENGANAR os CIDADÃOS) NADA TEM A VER COM A CRISE INTERNACIONAL, MAS SIM PARA COBRIR O FACTO DO ESTADO TER GASTO 1.800 MILHÕES DE EUROS A MAIS DO QUE ESTAVA ORÇAMENTADO EM 2009. ESTE MOVIMENTO PRETENDE A DEVOLUÇÃO DESSE DINHEIRO AOS CONTRIBUINTES, POIS FOI-NOS EXIGIDO UM AUMENTO EXTRAORDINÁRIO DE IMPOSTOS, DIRECTOS E INDIRECTOS, NA ORDEM DOS 1.700 MILHÕES DE EUROS. CRISE? QUAL CRISE? APETECE DIZER: PEC-YOU!"

Leia mais em:

domingo, 10 de outubro de 2010

"A saúde mental dos portugueses"

Recebi um e-mail, reencaminhado por uma amiga, com um texto que vale a pena ler. Não posso deixar de o publicar aqui, porque não é todos os dias que temos oportunidade de ler algo tão bem escrito, que descreve a realidade de uma forma tão tocante ao ponto de nos emocionar.
Noélia

A saúde mental dos portugueses
Pedro Afonso

in Público, 2010.06.21

"Recentemente ficou a saber-se, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população.

No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes.
 
Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária.

Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem.

É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios. 
 
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque nos últimos quinze anos o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). 

As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. 

Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. 

Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e casa, seja difícil ter tempo para os filhos. 

Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos. 

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos.
Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza.
 
Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da segurança social.
 
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público.
 
Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria. 
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
 
Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
 
E hesito prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante estes rostos que me visitam diariamente."

Pedro Afonso
Médico Psiquiatra

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Lógicas!...

Sugiro a leitura do texto "Tem Lógica!" do Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim:

http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=107653

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Classificação

Sugestão de leitura. Interessante...

Tertúlia Plural: NAPOLEÃO BONAPARTE CLASSIFICAVA SEUS SOLDADOS EM 04 TIPOS DE PESSOAS

ver em:
http://tertuliaplural.blogspot.com/2010/05/napoleao-bonaparte-classificava-seus.html

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vamos fazer aquilo que tem que ser feito!...

E...

VAMOS FAZER

AQUILO QUE TEM QUE SER FEITO:

Somos um povo com vontade e de coragem
Por isso vamos

Fazer aquilo que tem que ser feito...


EU ASSINEI e assim me comprometo,

com aquilo que tem que ser feito...


Eu assinei:

“PRIMAZIA Á REDUÇÃO DOS VENCIMENTOS E REFORMAS DOS DETENTORES DE CARGOS POLÍTICOS OU DE NOMEAÇÃO POLITICA NA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.”

http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N2059


Eu assinei:

“A Favor da Redução do Número de Deputados na Assembleia da República de 230 para 180”

http://www.peticaopublica.com/PeticaoAssinada.aspx?pi=230180


Eu assinei:

«Reduzir as Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais»

http://www.peticaopublica.com/Confirmacao.aspx?id=2171,46,776304


Eu assinei:

«Investidores da Republica Popular da China em Portugal»

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N2201


Eu assinei...

...e assim me comprometo,

com aquilo que tem que ser feito!...


Depois de assinar, não se esqueça de:

partilhar,

partilhar e ...

partilhar!...



Todos devemos ajudar a promover a Petição, e agora é a sua vez.


Comprometa-se e contribua para MUDAR O RUMO DE PORTUGAL!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Prof. Medina Carreira disse: “Isto é uma fantochada”

Deixo aqui a opinião do Prof. Medina carreira sobre o estado do nosso país:

A economia vai derrotar a democracia de 1976.


José Sócrates, é um homem de circo, de espectáculo. Portugal está a ser gerido por medíocres, Guterres, Barroso, Santana Lopes e este, José Sócrates, não perceberam o essencial do problema do país.


O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia. Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custa, nem sequer sei se estão a ser aplicadas.


A população não vai aguentar daqui a dez anos um Estado social como aquele em que nós estamos a viver. Este que está lá agora, o Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora.


É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade.


Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6». Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias... mas é sem açúcar.


Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"


Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar « 6 x 3 = 18 », contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7... Isto não é ensino... é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!


Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1%... esta economia não resiste num país europeu.


Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse.


Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis?


P'rá gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim?


A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela?


Quer dizer, isto está tudo louco?"


Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for...


Nós tivemos nos últimos 10 / 12 anos 4 Primeiros-Ministros:


- Um desapareceu;


- O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;


- O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;


- E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim"


O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou.


Foi "exilado" para Londres.


O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris.


O Alegre depois não sei para onde ele irá...


Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado.


Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400?


Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos?


E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!


De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente.


Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos:


- Prometem aquilo que sabem que não podem."


A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva...


O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?"


"Os exames são uma vergonha.


Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira, é um roubo ao ensino e aos professores! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada!


A minha opinião desde há muito tempo é: TGV - Não !


Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo.


Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não?


Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro?


Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe...


Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!


Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios...


Receber os prisioneiros de Guantanamo?


Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros.


Olhemos para nós!


A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é!


Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar?


Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade.


Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..."


Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia...


Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo...."


Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum.


Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo...Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas Isso é descentralizar a «bandalheira».


Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12º ano e agora vai seguir Medicina...


Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina...


Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação...


Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..."


É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar.


Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe.


Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho...


Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho...


Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem...


Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem...


No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa.


"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta interpenetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas...Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si...Porque é que se vai buscar políticos para as empresas?


É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política...


Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro... é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade.


Este país não vai de habilidades nem de espectáculos.


Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!


Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»...


Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito...


Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.




O Português está farto de ser enganado!




Todos os dias tem a sensação que é enganado!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Homenagem

Apercebi-me, por acaso, que fez 42 anos que um grande lutador pela paz e pela igualdade entre os homens partiu de entre os homens pela mão de um homem que apertou um gatilho, em 4 de Abril de 1968.

Não poderia deixar de fazer a minha homenagem a Martin Luther King e de evocar a sua memória e o que ele representou para o avanço da humanidade. À sua memória e à sua luta que lhe valeu o Prémio Nobel da Paz em 1964.

http://www.youtube.com/watch?v=l25cAcqqnNQ&feature=fvw

"I HAVE A DREAM"...
http://www.youtube.com/watch?v=q6_zeDrRgXQ&feature=related

sexta-feira, 5 de março de 2010

Um poema de Rosa Lobato Faria

Uma grande amiga enviou-me hoje, por e-mail, um poema e um texto de Rosa Lobato Faria (escritora, letrista e actriz).

Trata-se de um poema lindíssimo, escrito por uma pessoa muito bonita, que eu admirava e admiro e que partilho, aqui, convosco:

Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.


Quem me quiser há-de saber as fontes
a laranjeira em flor a cor do feno
a saudade lilás que há nos poentes
o cheiro de maçãs que há no inverno.


Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.


Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.


Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.


em Memória do Corpo, Textual editores, 1992


Depois do poema, espero que gostem da música que seleccionei, a mim parece-me a associação perfeita...
http://www.youtube.com/watch?v=OwfbTVzN-fc

Estas também combinam muito bem:
http://www.youtube.com/watch?v=Nulze-VeKEQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=zreA3NgiPYE&feature=related

O Prof. disse...

Gosto sempre de ouvir falar quem sabe do que fala! O Prof. falou e eu escutei... com muita atenção e interesse.

Se não escutou e gostava de ter escutado, então escute aqui.

Cumprimentos,
Noélia

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sobre a Educação...

A educação torna as pessoas fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar;
fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar.
(Henry Peter)

Veja: "Um hino à (des)Educação"
http://www.youtube.com/watch?v=iqBoTKh9DB0&feature=fvw

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Uma espécie de anúncio

Depois de ter, ontem, tido conhecimento de um louvor "supersónico", atribuído por 4 (QUATRO) dias de trabalho, não posso deixar de fazer aqui uma espécie de anúncio para publicitar esta nova oportunidade (mais uma) para quem quiser ter um louvor para constar no seu Curriculum Vitae (dá sempre jeito).

O programa parece simples e calculo que seja:

1.º dia - Assinatura do contrato, ambientação ao local de trabalho e distribuição de tarefas;
2.º e 3.º dias - Trabalhar com muito afinco para demonstração das capacidades;
4.º dia - Avaliação das tarefas desempenhadas, pedido de demissão e de passagem do louvor.

O que fazer?
Experimente enviar o seu pedido para o gabinete do Senhor Primeiro Ministro e pode ser que tenha a sorte de ser contemplado/a.

Para os que pensam que se trata de uma brincadeira (a única brincadeira aqui é a minha forma de comentar algo tão insólito), deixo abaixo a transcrição da prova irrefutável de que se trata de um assunto sério (pelo menos para os intervenientes) e verídico. Atesta-o as seguintes publicações no Diário da República:

Despacho n.º 26370/2009 (Diário da República, 2.ª série — N.º 235 — 4 de Dezembro de 2009)


Nos termos e ao abrigo no n.º 1 do artigo 2.º e no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 322/88, de 23 de Setembro, com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto -Lei n.º 45/92, de 4 de Abril, nomeio a licenciada Paula Alexandre Cunha Coelho Ferreira para exercer as funções de secretária pessoal do meu Gabinete, em regime de comissão de serviço.

Este despacho produz efeitos a 26 de Outubro de 2009.

4 de Novembro de 2009. — O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

31262009


Despacho n.º 26371/2009

Exonero, a seu pedido, por ir exercer outras funções públicas, a licenciada Paula Alexandre Cunha Coelho Ferreira das funções de secretária pessoal do meu Gabinete, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 322/88, de 23 de Setembro, sendo -me grato evidenciar a forma extremamente leal, competente e dedicada como desempenhou aquelas funções, bem como as excelentes qualidades pessoais e profissionais.

Este despacho produz efeitos a 30 de Outubro de 2009.

4 de Novembro de 2009. — O Primeiro -Ministro, José Sócrates

Carvalho Pinto de Sousa.

31222009
 
 
Boa sorte aos potenciais candidatos.
 
Será isto uma manigância??!...
(Manigância - termo muito utilizado hoje no debate do Orçamento de Estado na Assembleia da República).

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sou fã deste Senhor

Tomara  Portugal ter mais "Medinas Carreira"!...

Muito a propósito agora que foi conhecido o Orçamento de Estado.


Deixo aqui o link para a "Grande Porca":
http://www.facebook.com/pages/Henrique-Medina-Carreira/58205677710?v=wall
ou
http://www.youtube.com/watch?v=bMYnno9-wak&feature=related


Cumprimentos,
Noélia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Indignação

Fiquei chocada com a notícia de que Armando Vara, embora suspenso, continuaria a receber o seu vencimento de 30.000,00 Euros e agora vai voltar ao Banco como consultor. A brutalidade dos números é que me indigna. Num país onde o ordenado mínimo nacional não chega a 500,00 Euros, acho vergonhoso e escandaloso que alguém que trabalha num banco que vive em grande parte dos juros que cobra a pessoas que provavelmente ganham pouco mais do que o ordenado mínimo e que se desdobram e desdobram para pagar a sua prestação ao banco, ganhe esta quantia exorbitante que ofende quem ao fim de um ano de trabalho fica muito aquém da metade do valor que este Senhor ganha apenas num mês.


Mas que país é este?!...

Dir-me-ão que é um problema dos acionistas e dos clientes do banco,deste e de todos os outros bancos que pagam estas quantias escandalosas aos seus gestores. E pergunto: será?!...

Hoje, e para não saír do sentimento "indignação", mais um balde de água fria: então não querem lá ver que os "pobrezinhos" dos deputados europeus foram reclamar porque, devido á crise e às dificuldades, só lhes vão aumentar o vencimento em 1.85 %.

Se dúvidas tivesse, ter-se-íam esclarecido todas hoje. Mas não é o caso! Trata-se apenas da confirmação daquilo que já desconfiava. Aqueles senhores e senhoras querem ser deputados Europeus apenas por causa do vencimento. Esse, parece ser o verdadeiro motivo que os move. Eles que deveriam ser os primeiros a dar o exemplo... "Indignação" já não chega para transmitir verdadeiramente aquilo que sinto.

Convido-vos a ouvir um desabafo. Substitua apenas "povo brasileiro" por "povo português"... Quanto ao resto, assenta que nem uma luva!..."

Se preferir, pode ler aqui.

Dedico-o a todas as pessoas honradas, honestas, trabalhadoras, empenhadas, preocupadas e que continuam a acreditar e a lutar por um país melhor. Continuem assim e nunca, mas nunca se envergonhem e arrependam disso.

Cumprimentos,


Noélia