sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Indignação

Fiquei chocada com a notícia de que Armando Vara, embora suspenso, continuaria a receber o seu vencimento de 30.000,00 Euros e agora vai voltar ao Banco como consultor. A brutalidade dos números é que me indigna. Num país onde o ordenado mínimo nacional não chega a 500,00 Euros, acho vergonhoso e escandaloso que alguém que trabalha num banco que vive em grande parte dos juros que cobra a pessoas que provavelmente ganham pouco mais do que o ordenado mínimo e que se desdobram e desdobram para pagar a sua prestação ao banco, ganhe esta quantia exorbitante que ofende quem ao fim de um ano de trabalho fica muito aquém da metade do valor que este Senhor ganha apenas num mês.


Mas que país é este?!...

Dir-me-ão que é um problema dos acionistas e dos clientes do banco,deste e de todos os outros bancos que pagam estas quantias escandalosas aos seus gestores. E pergunto: será?!...

Hoje, e para não saír do sentimento "indignação", mais um balde de água fria: então não querem lá ver que os "pobrezinhos" dos deputados europeus foram reclamar porque, devido á crise e às dificuldades, só lhes vão aumentar o vencimento em 1.85 %.

Se dúvidas tivesse, ter-se-íam esclarecido todas hoje. Mas não é o caso! Trata-se apenas da confirmação daquilo que já desconfiava. Aqueles senhores e senhoras querem ser deputados Europeus apenas por causa do vencimento. Esse, parece ser o verdadeiro motivo que os move. Eles que deveriam ser os primeiros a dar o exemplo... "Indignação" já não chega para transmitir verdadeiramente aquilo que sinto.

Convido-vos a ouvir um desabafo. Substitua apenas "povo brasileiro" por "povo português"... Quanto ao resto, assenta que nem uma luva!..."

Se preferir, pode ler aqui.

Dedico-o a todas as pessoas honradas, honestas, trabalhadoras, empenhadas, preocupadas e que continuam a acreditar e a lutar por um país melhor. Continuem assim e nunca, mas nunca se envergonhem e arrependam disso.

Cumprimentos,


Noélia

2 comentários:

  1. Pois realmente no caso dos deputados europeus há efectivamente lugar a indignação. Já no que diz respeito ao BCP, bem é uma empresa privada, faz o que quiser (desde que os accionistas concordem) pelo menos numa economia de mercado. Está errado? Está. Há solução? Haver, há. Quero essa solução? Não. Então? Então, admitindo que queremos manter a livre iniciativa e um mercado livre só há uma solução. O estado deve ter meios para dissuadir esse tipo de comportamentos. Que meios? Pois não sei.

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  2. Caro Fernando Vasconcelos,

    Bem vindo ao Noeliadisse e obrigada pelo seu contributo. Infelizmente também não sei com que meios, mas gostava de saber.

    O que eu gostava mesmo era de viver num país mais equilibrado.

    Mudando de assunto,também gosto muito de música clássica e aproveito para convidar os visitantes deste blog a visitarem o:

    http://guiadamusicaclassica.blogspot.com/

    Muito interessante.

    Cumprimentos,
    Noélia

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