Carta aberta a esse “meu grande e
querido amigo” Macário Correia (MC), no seguimento do artigo publicado no Jornal Postal do Algarve intitulado Macário Correia: não confiar no Estado.
Estimado MC,
Que artigo tão bonito, parabéns! É assim mesmo, temos que denunciar o que está
mal, não podemos compactuar com estas coisas, de maneira nenhuma. Temos que ser
exigentes e contribuir para vivermos numa sociedade melhor, onde este e outro
tipo de situações não se repitam. Estou contigo, como é óbvio.
Olha no meu caso, vê tu bem, meu caro amigo, sempre preocupado com os cidadãos.
Todos os políticos fossem como tu e escutassem o que dizes. Mas ia eu dizendo
que, vê bem, que sofro e batalho desde 2009, como muito bem sabes, contra um
problema grave de um tal Presidente da Câmara, com um nome igual ao teu. O
fulano, autorizou a implementação de uma coleção de máquinas ruidosas, que
expelem muito e ruidoso ruído em direção à minha casa. Desde 2009, que não vivo, tento
sobreviver, por conta daquela zoeira infernal. Vivo em agonia e tormento e à conta disso já
arranjei uma coleção de problemas de saúde.
E o tipo, grande cobardolas, sempre fugiu de mim, nunca me atendeu e não mexeu
uma palha, uma palhinha, sequer, para resolução de um problema que atormenta a
saúde e vida de uma cidadã, sensível e intolerante àquele tipo de ruído e que vive atormentada
dentro da sua própria casa, tal como se vivesse, naqueles tempos terríveis, na
Prisão do Aljube a ser torturada e massacrada.
O que é isso? Estão parvos? Então agora ía lá deixar de fazer obra por
causa de uma cidadã que sofre?!... Deixem mas é de ser piegas!!! E não me venham cá com essas conversitas do
direito dos cidadãos e de que, hoje em dia, os
direitos de personalidade sobrepõem-se aos direitos económicos, que não
quero cá saber de nada disso! Era só o que me faltava… (Deve ele ter pensado, e
se não pensou, agiu como tal).
Se fosses tu, meu estimado amigo, com essa humildade e preocupação, que te
caracterizam, em relação a toda a gente, que padece do que quer que seja, e
sempre preocupado com as questões sociais e ambientais, estou absolutamente
certa de que nunca teria tido semelhante problema. Já viste o que é, uma pessoa
escolher um local calmo para viver, junto a um descampado, na altura, ainda
classificado como zona industrial, que veio, num abrir e fechar de olhos, a ser
reclassificada como zona comercial e num outro abrir e fechar de olhos a ser
aprovado um mamarracho daqueles com toda aquela parafernália de turbinas
viradas para a casa de uma pessoa?!...
Com o mamarracho, que era para ser muito mais baixo (com o
estacionamento que era para ter sido subterrâneo), ainda posso eu bem, mas com
o RUÍDO é que não, socorro, salvem-me!
Essa história de terem permitido o edifício mais alto, com a alteração da
subida dos pisos subterrâneos também me faz muita confusão e é uma história
muito mal contada e pena tenho eu, muita mesma, que não tenha havido uma
investigação rigorosa sobre a construção daquele Centro Comercial. Tanto é, que
as portas de saída de emergência que se encontravam a nível do solo, lá estão
bem visíveis no 2.º andar. Estranho, muito estranho… Será para as pessoas
saltarem de lá? Terão colchões insufláveis cá em baixo para amortecer a
aterragem?...
Tu, meu caro amigo, um homem tão
atento e informado, sabes alguma coisa disso?
Não gosto e não sou de desejar mal a
ninguém, e não o vou fazer… desejo tão simplesmente que a vida lhe sirva, com
juros, um tormento de igual intensidade, como o que ele colocou na minha.
Termino, com
a transcrição de uma parte do texto do artigo, Macário Correia: Não confiar
no Estado, que retrata bem a forma como
considero que um político honesto e imbuído do espírito de missão de serviço
público, deve agir, de forma responsável e competente, em defesa e promoção do
bem comum:
“Se os dirigentes fossem responsáveis
e competentes não deixavam as coisas chegar a este ponto. Certamente que o
sabem mas não querem ou não são capazes de resolver coisas destas.
Por estas
e outras semelhantes, que poderia contar às dezenas, ficamos tristes pela
miséria de serviços e de dirigentes que nos fazem perder tempo e gastar
recursos inutilmente e ainda por cima temos que trabalhar para pagar os 700 mil
funcionários do Estado e as suas mordomias crescentes, mais uns milhares de
dirigentes com cargos políticos e partidários e primos uns dos outros
certamente.
Triste
sina a nossa, a de estarmos dependentes desta gente.
Por estas
e outras não aconselho ninguém a confiar no Estado. Uma tristeza.
Mas não
nos devemos resignar. Há que reclamar alto e bom som contra esta gente que nos
rouba tempo e dinheiro a cada instante.
Servi o
Estado durante 30 anos e não foi isto que fiz, nem aconselhei ninguém a não
trabalhar ou trabalhar mal.” (CM)
Pena, que a maioria não seja como tu, esse homem íntegro,
justo, honesto, sempre preocupado com o seu semelhante, com o bem-estar da população,
que nunca descriminou ninguém, nunca favoreceu ninguém, em prejuízo de outros,
que nunca cometeu nenhuma ilegalidade, nunca colocou uma vírgula fora do sítio,
nunca foi condenado por nada, com um currículo impoluto e o sejam, como o outro
hipócrita, que infelizmente até tem o mesmo nome que tu. Olha eu, já tinha
trocado de nome…
A sorte é que toda a gente vos sabe distinguir, muito bem. É como distinguir o
bem do mal…
E o de saber que representas o “não faças aos outros o que não queres que te
façam a ti.”