domingo, 28 de setembro de 2014

As ironias da vida...

Quando, no ano passado, andei a recolher assinaturas para poder apresentar uma candidatura independente, de partidos políticos, à Câmara Municipal de Tavira, estava longe de imaginar que passado tão pouco tempo iria assistir ao PS (Partido Socialista) andar a angariar simpatizantes para votarem nas primárias para o secretário geral. Deparei-me com alguns simpatizantes e militantes do PS que recusaram assinar a declaração de propositura às eleições autárquicas de 2013. Tudo bem, pois ninguém é obrigado a assinar. Respeito a opção dessas pessoas e, amigos como dantes. Mas o que me custou, bastante, foi ter-me apercebido que alguns não o faziam por receio de represálias.
Em conversa, o candidato socialista disse-me que os estatutos do partido não o permitiam. Na verdade queria já ter lido/ estudado os estatutos para comprovar essa informação, o que ainda não fiz. Contudo, essa situação deixou de ter relevância perante os últimos acontecimentos.
Vai de lá, e menos de um ano depois, veja-se o que sucedeu dentro do próprio PS, um “Kramer contra Kramer” ou neste caso um “António contra António”. E esta, hem? E agora, afinal isto não está nos estatutos...
Tenho pensado bastante sobre a atitude de António Costa e não consigo deixar de sentir alguma simpatia pela coragem que teve. Têm-no acusado de muitas coisas, de entre as quais de oportunismo e de traição. E, será?!..
Não me parece! Cada um deles “defende a sua dama”(posição) e “puxa a brasa à sua sardinha”, como é da praxe.
Com isto tudo os socialistas dividem-se e degladiam-se pelo poder. O partido enfraquece, a oposição enfraquece, os argumentos enfraquecem e o país perde, ou talvez não... afinal, a partir de agora nada será como dantes! E isso poderá ser bastante positivo.
Um homem, militante do partido socialista e presidente da maior autarquia do país decidiu sair da “janela do seu município”, onde parece tem estado a fazer um bom trabalho, do agrado de grande maioria dos seus munícipes e desafiou o secretário geral do seu partido para um “duelo”, deixando muita gente desorientada. Sim, desconfio que haja muita gente assustada com a possibilidade do “tacho” lhe poder fugir. Acredito que há muita gente responsável e honesta neste partido, assim como há nos outros, mas a verdade é que têm sido os menos honestos e com menos sentido de Estado que têm, precisamente, estado na ribalta. Não sei porquê, mas os bons não se têm conseguido sobrepor e têm sido os “Armandos Varas” e outros que tais deste país a dar cabo disto, de um lado (PS) e do outro (PSD), os principais (mas não únicos) culpados pela situação miserável a que chegámos.
Tanto António José Seguro como António Costa acompanharam, sem contrariar, as decisões políticas dos seu secretário geral e anterior primeiro ministro deste país, período durante o qual, Portugal mais se afundou no pós 25 de Abril. E quando Portugal se afunda, somos todos nós que nos afundamos! E, eles, estiveram e acompanharam o “afundanço”. Mas, num partido como o PS, com uma máquina muito pesada, onde impera o “se não estás comigo, estás contra mim e a atraiçoar-me”, acredito que teria sido muito difícil a estes homens mudarem o rumo das coisas.
Também, talvez por isso, António Costa tenha decidido avançar. E, admitamos, teve coragem.
Perante tudo isto, não deixo de me divertir, ligeiramente, com toda esta situação, pois de um lado vejo um homem calmo, consciente da sua decisão, que, segundo ele, se baseou num imperativo de consciência e por outro, vejo um homem que se diz atraiçoado por um camarada e que deve já estar a ver o seu lugar de secretário geral por um fio.
Não, não me inscrevi como simpatizante para poder votar num dos dois. Não saberia em quem votar, deixo essa tarefa aos socialistas.
Apesar das dúvidas, não consigo deixar de sentir uma maior inclinação pela vitória de António Costa. Pressinto que será o desfecho mais natural para esta batalha. A maioria dos militantes mais activos até poderá estar com Seguro, mas a maioria dos novos simpatizantes parece preferir Costa. Talvez esperançados de que a sua coragem não se fique por aqui (a mesma coragem que teve para avançar contra os fortes ventos e marés do pesado aparelho partidário).
Deixo, no entanto, registado que não apreciei nada a sua oposição à redução de deputados de 230 para 180.
Com todo este cenário movediço em que nos encontramos e em que os cidadãos continuam muito alheados da política e do exercício de cidadania, parece-me que a disputa principal continuará a ser entre PSD e PS.
Quanto à acusação que Seguro faz a Costa, de traição e de não ter avançado no momento certo, confesso que apreciei que António Costa tenha avançado. Afinal a situação mudou, as circunstâncias são diferentes e os motivos que levaram a que não se tivesse candidatado, na altura, provavelmente deixaram de lhe fazer sentido. Precisamos de pessoas que não se acomodam e que não ficam prisioneiras a falsas lealdades e moralidades e isto não tem, em minha opinião, nada de incoerente e de traiçoeiro. Tem é muito de incómodo, ai isso tem!
Espero é que haja, nas próximas eleições, uma diminuição substancial da abstenção e que os portugueses confiem o seu voto aos partidos de menor representatividade e permitam que outros mais recentes, como o LIVRE, o PAN e outros que possam, ainda, vir a surgir possam conquistar lugares no parlamento. Afinal, se estamos fartos dos mesmos, então vamos lá dar oportunidade a outros. Ousemos mudar, ousemos confiar e dar o benefício da dúvida.
Em suma: ousemos e, acima de tudo, PARTICIPEMOS. Se nada fizermos, tudo continuará na mesma ou pior ainda. É isso que queremos? Continuarmos a ser os sacrificados pelos erros dos outros? EU, NÃO!!!
E tanto não quero, que tenho refletido, bastante, sobre o caminho a seguir. Não procuro um caminho onde me possa dar bem, para isso já o teria feito há muito tempo, mas procuro um caminho onde possa ser mais útil ao meu país. Felizmente, já encontrei o meu rumo e a partir de agora estarei com todos os cidadãos descontentes que se revêm nos princípios da organização política “Nós, Cidadãos”. Vou, portanto, andar por aí preparada para a recolha de assinaturas para que o “Nós” possa vir a ser um partido político a disputar as próximas legislativas. Peço a todos os que leram até este ponto e que, tal como eu, estão muito descontentes, que consultem a página do “Nós, Cidadãos”, no Facebook:
https://www.facebook.com/groups/nos.cidadaos/
Acredito que mudar é possível, temos é que fazer por isso!
Noélia Falcão

domingo, 11 de maio de 2014

"Só de Sacanagem"

"SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!"
Elisa Lucinda
Ouça aqui Elisa Lucinda a recitar "Só de Sacanagem"

Ou a Ana Carolina aqui.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Entre o 25 de Abril e o 1.º de Maio


"Se todos quisermos, podemos bem, com inteligência, lucidez, determinação, pragmatismo e elevação cívica, reconstruir no nosso Portugal
 

Escrevo estas linhas cinco dias após o 25 de Abril e dois dias antes do 1.o de Maio. São datas que mexem sempre comigo, em relação às quais mantenho o hábito de reflectir por mim próprio e que guardo no coração e bendigo porque as sinto como fonte potencial de renovação e de abertura de novos caminhos para tudo e para todos os que mais amo: Portugal, os portugueses, os amigos, a família e em especial os meus filhos e os meus netos.

O 25 de Abril de 1974 e o primeiro 1.o de Maio apanharam-me na força da minha vida pessoal e em velocidade de cruzeiro da minha vida profissional. À data, com 33 anos, estava casado, tinha três filhos e era director jurídico da Inspecção de Crédito e Seguros, que fiscalizava os mercados monetários, cambial e financeiro (correspondente hoje aos reguladores das actividades bancária e seguradora). O futuro surgia-me então como uma dádiva inesperada e uma promessa secreta! 

Nos anos que se seguiram os sonhos bons e os sonhos maus, as ilusões e as realidades, as alegrias e as tristezas, as virtudes e os pecados, as acções e as omissões, os esplendores e as inquietações pessoais, profissionais, sociais e políticas, individuais e colectivas, sucederam-se e alternaram a um ritmo impressionante na correria dos dias. A vida nua e crua, desnudada no quotidiano real, impôs-se-me ao longo de 40 anos com a força das suas luzes brilhantes e das suas sombras espessas. 

Sem bem saber porquê, este ano, entre aquelas duas datas grandes, invade-me uma sensação de aperto. O coração bate-me menos ritmado e a inteligência discorre-me mais lentamente. E não me apetece escrever nada de empolgante. Mas como aprendi e me deixei cativar pela ideia de que as pessoas estão sempre primeiro e de que com as pessoas podemos mudar os nossos mundos e os determinismos e as fatalidades por que facilmente nos deixamos aprisionar, não resisto a deixar uma sugestão que, não sendo fácil, acredito ser concretizável. 

Se todos quisermos, podemos bem, com inteligência, lucidez, determinação, pragmatismo e elevação cívica, reconstruir no nosso Portugal, para lá de uma democracia formal, um regime democrático substancial de que muitos sentem falta. 

Os eleitores terão para isso de convencer, porventura forçar os partidos políticos a abrir-se à sociedade civil e, a par dos seus núcleos estáticos de militantes, a atrair pessoas de fora, novas competências e saberes, amor renovado ao bem comum, dedicação altruísta ao serviço público e força, condições e capacidades para sobrepor sempre o poder político democrático aos poderes e aos interesses económicos e a todos os outros poderes e interesses fácticos. 

 A acção política tem de ter apenas em conta a vontade popular, o voto maioritário dos cidadãos. Os eleitos, detentores do poder político transitório, terão de assumir em permanência a representação do povo que os escolheu, de agir em nome e por conta dos eleitores e de lhes prestar regularmente e em palavras simples contas das suas decisões. Têm ainda os titulares do poder político democrático de assumir as suas responsabilidades sempre que se desviem do mandato que o voto popular lhes confiou e prestar-se a ser avaliados e responsabilizados pelos cidadãos em tempo útil. 

Cola-se também à pele de uma democracia substancial que os eleitos do povo dêem exemplo permanente e publicamente visível das virtudes e dos princípios éticos, morais e sociais que constituem a base e o suporte da sociedade, em especial na gestão imaculada dos dinheiros públicos e na protecção devida aos mais fracos, frágeis e humilhados do país. 

Esta poderia ser bem uma homenagem a concretizar quando passam 40 anos da nossa democracia e evocamos 40 dias internacionais do Trabalhador."

Carlos Moreno
(Juiz-conselheiro jubilado do Tribunal de Contas)

Retirado de:
http://www.ionline.pt/iopiniao/entre-25-abril-1-maio/pag/-1

"Sem perdão"

"Sem Perdão
Quem são esses dirigentes
Que sujeitam inocentes
A sofrer tantos tormentos
Sem ouvir os seus lamentos?

Quem é neste mundo louco,
- Quase sempre por tão pouco -

Que sujeitam semelhantes
A martírios tão gritantes?...

Como pode um ser humano,
Só por ter na mão poder,
Deixar outros sofrer?...

Por vontade, ou por engano,
Egoísmo, ou omissão,
É um crime sem perdão."

Eça de Queiroz

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A minha homenagem aos ideais de Abril









Podemos, sempre, substituir um enorme texto, por imagens que, como se costuma dizer, "valem mais do que mil palavras"!...
VIVA A LIBERDADE!
Viva o 25 de Abril! Em todos os dias do ano e não apenas no 25 de Abril...

Acreditem que as nossas atitudes de indignação podem fazer a diferença. "Se nada fizermos, nada acontece."

Façam o favor de ser corajosos e de lutar pelo bem, sempre!


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Ainda sobre este tema, divulgo aqui um excelente texto, que subscrevo e aplaudo:

"A MINHA HOMENAGEM SIMPLES AO 25 DE ABRIL AQUI NO FACE BOOK

Todos os democratas temos o dever de TUDO FAZER com lucidez, pragmatismo, inteligência, determinação e elevação cívica para:

RECONSTRUIR UMA DEMOCRACIA SUBSTANCIAL E TRANSFORMAR A VIDA POLÍTICA NACIONAL.

OS PARTIDOS têm de se abrir à sociedade civil, têm de deixar de ser propriedade dos aparelhos partidários - hoje das famosas jotas de meia idade -, têm de atrair competência, saber, amor ao serviço público, dedicação ao serviço dos mais frágeis e fracos da sociedade, servir sem se servir, têm de atrair para a política os que tenham condições e capacidade para impor e sobrepor o poder político democrático ao poder e aos interesses económicos e aos outros poderes e interesses não democráticos.

O REGIME E A VIDA POLÍTICA têm de passar a respeitar sempre a vontade popular, o voto dos cidadãos. Os eleitos e detentores do poder político transitório têm de assumir permanentemente a representação do povo que os escolheu e que lhes paga; os eleitos e detentores do poder político têm sempre de agir em nome e por conta dos cidadãos que os mandataram; têm publicamente de prestar contas regulares e em palavras simples sobre o que decidem aos eleitores; os eleitos têm de assumir por moto próprio as suas responsabilidades quando se desviam do mandato que o povo lhes outorgou; os eleitos e detentores provisórios do poder político têm, findos os seus mandatos, de poder ser por responsabilizados pelos cidadãos mas sempre em tempo útil.
Os eleitos do Povo têm ainda de ser exemplo constante e vivo, e visível pelos cidadãos, de virtudes e de princípios éticos, morais e sociais vigentes e que são a base e o suporte da sociedade, sobretudo na gestão imaculada dos dinheiros públicos e na protecção e na solidariedade devidas aos cidadãos mais fracos, frágeis e humilhados.

NÃO, NÃO É UTOPIA, O QUE ACIMA PROPONHO. NÃO É POSSÍVEL TUDO MUDAR DE REPENTE. MAS SE TODOS NÓS NOS UNIRMOS E O QUISERMOS E SE TUDO PARA ISSO FIZERMOS, COM INTELIGÊNCIA, ASTÚCIA, PRAGMATISMO E DETERMINAÇÃO, CONSEGUIREMOS IR ALTERANDO POUCO A POUCO A VIDA POLÍTICA E DEMOCRÁTICA EM QUE VEGETAMOS.

Se concorda, amigo, com o conteúdo desta minha homenagem ao 25 de Abril, aqui no FB, comece pelo mais fácil: PARTILHA-A.


25 de Abril de 2014

Carlos Manuel Moreno."


terça-feira, 15 de abril de 2014

O "Impagamento" das portagens na Via do Infante


Utilizo o estilo da Presidente da Assembleia da República: "Inconseguimento", para falar do "impagamento", que é como quem diz um pagamento não reconhecido.

Passo a explicar: efetuei alguns pagamentos, via multibanco, fora do prazo indicado na mensagem que recebi no telemóvel. O que costuma acontecer é que quando a referência já não está activa, não conseguimos pagar. Não foi o caso, paguei mas agora dizem-me que não paguei. E já vi que, ou pago, outra vez, ou vou ter aborrecimentos.


Gostaria, no entanto, de saber, onde pára o dinheiro dos pagamentos que efectuei com sucesso...

Eu, que era uma utilizadora diária, agora, pela Via do Infante, só em último caso e costumo apontar sempre os dias em que utilizo e depois anotar quando faço o pagamento. Enviei-lhes os comprovativos, mas dizem-me que não fazem prova. Na página dos CTT na Internet diz: "O talão emitido pela Caixa Automática faz prova de pagamento. Conserve-o." E esta, hein?!...

Fica a minha experiência, tenham muito cuidado!...

Depois de algumas cartas recebidas, ando a estudar melhor o assunto.


Sempre quero ver no que isto vai dar...












Eu também quero uma Via do Infante livre de portagens! Desde o início que estou contra as portagens.


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 24 de Abril de 2014:

A saga continua...

Desta vez responderam-me de forma mais célere. Agora vou ter que reclamar com os CTT e saber o que fizeram aos valores recebidos.


Partilho, convosco,  a resposta da ViaLivre:


Exmo.(a)(s) Senhor(a)(es),

Acusamos a receção da exposição de V/ Exa.(s), que mereceu a nossa melhor atenção.

De facto, após análise da mesma, verificámos que vários pagamentos não foram considerado(s) pela Entidade de Cobrança em causa, pelo que foi dado início à cobrança coerciva dada a informação de falta de pagamento. 

N.B.: Para conhecer o motivo da não consideração do pagamento, deverá contactar a Entidade de Cobrança (portagens@ctt.pt).

No que respeita ao s/ pedido de acesso ao Livro de Reclamações, informamos que poderá ter acesso ao mesmo deslocando-se, para o efeito, ao nosso Centro de Apoio ao Utente (Norte Litoral - Rua da Agra Nova, 704, Aveleda, Vila do Conde; Algarve - Sítio da Franqueada, Loulé)

Para qualquer esclarecimento adicional, contacte-nos através do número 707 201 292 ou do endereço eletrónico apoioutente@vialivre.pt


Desde já, agradecemos a sua compreensão.

Sem mais de momento,

ViaLivre, S.A.
Apartado 5024 – Ec Sete Rios 1081 – 601 Lisboa
Tel: 707 201 292 * E-mail: apoioutente@vialivre.pt

sábado, 12 de abril de 2014

O "Inconseguimento"

Vou falar sobre um grande "inconseguimento"... o de termos que continuar a ouvir esta senhora, que nos deveria fazer um enorme favor: demitir-se e ir gozar a reforma que lhe pagamos e ficar calada, não dizer mais disparates, ou então candidatar-se para participar num qualquer programa de humor.

Acaso esta Sra. sabe que foram os Capitães de Abril que batalharam para termos liberdade. É por causa deles que se comemora o 25 de Abril? Se não fosse assim, a Sra. nem se tinha reformado aos 42 anos, nem seria Presidente da Assembleia da República. Mas já que o é, faça favor de respeitar o cargo que ocupa. Não me parece que esteja a pedir demais...


"O problema é deles", diz Assunção Esteves sobre exigência da Associação 25 de Abril


Não, o problema não é deles, o problema é de todos nós que permitimos toda esta pouca vergonha que se tem apoderado de Portugal.

No próximo 25 de Abril, para mim a comemoração ideal seria com outra revolução. E mais não digo!...



sábado, 5 de abril de 2014

"Retirada dos Andaimes"


Após melhor reflexão, retirei o texto incialmente publicado. Não quero que "pague o justo pelo pecador."

Deixo aqui um texto muito interessante, para reflexão...

"Quando assistires
à retirada dos andaimes contempla
- é claro –o edifício que surge.
Mas pede pelos andaimes,
pois é duro servir de suporte à construção,
ser necessário à obra
e na hora da festa
ser retirado como entulho."


Não é o que acontece todos os dias? Ninguém constrói um prédio sem andaimes. E quanto maior é o edifício, mais andaimes. Vem a festa da cumeeira. Mas quando o prédio está acabado, os andaimes sobram. Ninguém pensa mais neles; são retirados como entulho.
Já várias vezes usei a palavra sobrar. Já pensaram como é triste, como é duro sobrar? É um dos verbos mais difíceis de conjugar, é uma das realidades mais tristes de viver...
Aquela senhora era moça, forte, bonita, cheia de vida. Era o centro da casa. Cuidou dos filhos. Criou meninos e meninas que viraram moças e rapazes, e se foram empregando, e foram casando, e foram partindo. Hoje, a dona da casa já idosa, cansada, doente, está sobrando. Os filhos nem se lembram da trabalheira terrível, dos sacrifícios que ela teve com eles.
Aquele senhor era o chefe da família. Vendia saúde. Forte, disposto, trabalhador, sustentava à casa inteira e ainda acudia a velha mãe e uns parentes pobres da esposa. Teve um derrame. Está meio entrevado. Recebe uma micharia do Instituto. Anda nervoso. Dá trabalho. Ninguém se lembra mais do que ele foi como os andaimes, sem os quais a casa não se faz, o edifício não sobe. Está vivendo a hora de os andaimes serem retirados como entulhos. O edifício não precisa deles.
Deixo aqui dois apelos:
- Quem tiver em casa gente sobrando, gente que foi gente, hoje é sombra do que foi, e só dá trabalho, e despesa e preocupação;
- Quem tiver gente sobrando em casa, faça tudo para ter paciência, ser agradecido, não humilhar... lembre-se de que seu dia chegará. O tempo passa mais rápido do que a gente pensa. Não humilhe e não deixe que humilhem ninguém.
E meu apelo a quem pensar que está sobrando: não deixe esse travo entrar na sua vida. Não se encha de amargura. Esqueça o verbo sobrar.
Um dia lhe provarei como da sua sombra e da sua humilhação, você pode ajudar o mundo inteiro...


Dom Helder Câmara –
do livro "Um olhar sobre a cidade