terça-feira, 13 de outubro de 2009

A pequena e "humilhante" vitória

Ontem quando vi o Eng.º Macário Correia na televisão pensei, devido ao seu semblante carregado, que tinha perdido. Estava com um ar triste e de perdedor, mas afinal tinha ganho por pouco mais de uma centena de votos. Afinal, estava ali um vencedor com ar de perdedor.



Para quem tanto trabalhou e tão confiante estava na vitória, convenhamos que ganhar por pouco mais de uma centena de votos, numa coligação com mais três partidos não é de facto uma grande vitória. A vitória não foi do PSD, a vitória foi sim dos outros partidos que se coligaram ao PSD e formaram a coligação "Faro está Primeiro". Não tivessem sido estes partidos (CDS-PP; MPT; PPM) e Macário Correia teria sofrido uma grande derrota.



"Faro está Primeiro" e vai mesmo ter que estar! A fasquia foi colocada muito alto, os holofotes estão virados para Faro e os próximos quatro anos vão ser duros, muito duros para o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Faro, da capital como ele tanto queria.



Bom trabalho Sr. Presidente, os "farenses" estão à espera das grandes mudanças. Sim porque "Faro é Faro", não é Tavira!...



E como da capital se trata, creio que muitos "Algarvios" e muitos eleitores no Algarve vão estar, igualmente, muito atentos.



Quanto a mim espero que melhore o acesso da Via do Infante à estrada do aeroporto, espero que seja finalmente criada uma linha de caminho de ferro ou metro de superfície ou outra solução que seja rápida entre o centro de Faro e Gambelas, que passe a haver mais comboios entre Vila Real de Santo António e Faro e vice-versa.


Quero, desde já, deixar aqui um repto: na qualidade de Presidente da capital do Algarve, gostaria de o ver bater-se por acabar com aquela designação rídicula de "ALLGARVE". Como Portuguesa, Algarvia e Tavirense, esta designação envergonha-me, incomoda-me e revolta-me bastante.



E a vós, o que vos parece?



Cumprimentos,
Noélia

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Perder a vida num minuto

Hoje, quero partilhar convosco uma experiência tenebrosa que vivi no passado domingo, dia 4 de Outubro ao final da manhã.
Sou adepta daquele ditado que diz: "mais vale perder um minuto na vida, do que a vida num minuto." O grande problema é quando esse minuto não depende de nós...

Estava um lindo dia que de repente ficou negro, tão negro como o carro que se atravessou na nossa faixa de rodagem, foi horrível, vi a minha vida e a dos meus filhos por um fio, mas felizmente estamos cá todos sãos e salvos. Graças muito ao meu velho mercedes de 1989, daqueles de chapa muito rija, que já não se fabricam e que no domingo nos protegeu de um final que poderia ter sido bem mais trágico. Infelizmente, parece que vou ter que ficar sem ele, os danos foram enormes. Teve um final muito trágico e triste, mas muito digno.

No meio de toda aquela aflição, do choque, do desespero, quero agradecer mais uma vez às pessoas que me apoiaram enquanto não chegaram as ambulâncias. Ao Senhor que me foi estender a mão para me ajudar com as crianças a subir a ribanceira e à Senhora que esteve ao meu lado a dar-me apoio moral, a acalmar-me e a ajudar-me com as crianças o meu ENORME E SENTIDO OBRIGADO. Nestes momentos de grande aflição e choque uma palavra de conforto ajuda bastante. O meu agradecimento é igualmente extensível aos Bombeiros e aos profissionais do INEM pela sua dedicação ao próximo, bem hajam todos!

Costuma dizer-se que "quem anda à chuva molha-se "e, de facto, andar na estrada é cada vez mais um grande risco. No domingo dirigia-me para Vila Real de Santo António, quando de repente sem que nada o fizesse prever, um carro saíu da sua faixa de rodagem tendo vindo embater no carro que seguia à minha frente e no meu, foi horrível, são milésimos de segundo aflitivos em que temos que decidir o que fazer para tentar salvar a vida.

Felizmente sobrevivi e estou cá para contar a história e queria deixar aqui o meu testemunho de que de facto é muito importante não nos descuidarmos com a nossa segurança, nomeadamente a colocação do cinto de segurança e muito em especial nas crianças. É extremamente importante transmitirmos às crianças a necessidade de colocarem sempre o cinto. Procurei sempre transmitir às minhas filhas que devem colocar o cinto, não por causa da polícia e da multa que me poderá ser passada, as multas pagam-se, já as vidas não se recuperam. Digo-lhes sempre que o mais importante são elas e a sua segurança e por isso devem colocar sempre o cinto. Felizmente obtive bons resultados, porque a primeira coisa que elas fazem quando entram no carro é colocar o cinto e quando ainda não o conseguiam fazer e era eu que o colocava, se algum dia me esquecia, elas lançavam logo o alerta: "mãe, ainda não tenho o cinto!".

Nem quero imaginar o que teria sido se no domingo um deles não tivesse o cinto colocado. É importante que retiremos os aspectos positivos destes acontecimentos terríveis, porque é pelo lado positivo que deveremos seguir, para tentarmos ser mais felizes e evitarmos desgraças maiores. Felizmente no meio do enorme azar tive muita sorte, os danos acabaram por, aparentemente, ser apenas materiais.

Cumprimentos a todos. Estou muito feliz por continuar do lado de cá na vossa companhia.


Noélia




Como disse uma amiga minha, este foi o herói do dia!...

sábado, 3 de outubro de 2009

"Todos somos Portugal"

Descobri um blogue muito interessante e quero partilhar convosco a mensagem que lá se encontra sobre "Todos somos Portugal".

É só seguir o link abaixo:

http://todossomosportugal.blogspot.com/

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ser Português aqui

No seguimento dos resultados das eleições, em que o n.º da abstenção foi o resultado mais elevado como já referi no meu comentário anterior, sou obrigada a concluir que há por este país muita gente que anda esquecida de que é Português aqui, por isso e para lhes reavivar ou despertar a memória, deixo aqui um poema lindíssimo de José Fanha, ao qual já tinha recorrido noutro blogue:

"Eu sou português
aqui
em terra e fome talhado
feito de barro e carvão
rasgado pelo vento norte
amante certo da morte
no silêncio da agressão.


Eu sou português
aqui
mas nascido deste lado
do lado de cá da vida
do lado do sofrimento
da miséria repetida
do pé descalço
do vento.


Nasci
deste lado da cidade
nesta margem
no meio da tempestade
durante o reino do medo.
Sempre a apostar na viagem
quando os frutos amargavam
e o luar sabia a azedo.


Eu sou português
aqui
no teatro mentiroso
mas afinal verdadeiro
na finta fácil
no gozo
no sorriso doloroso
no gingar dum marinheiro.


Nasci
deste lado da ternura
do coração esfarrapado
eu sou filho da aventura
da anedota
do acaso
campeão do improviso,
trago as mão sujas do sangue
que empapa a terra que piso.


Eu sou português
aqui
na brilhantina em que embrulho,
do alto da minha esquina
a conversa e a borrasca
eu sou filho do sarilho
do gesto desmesurado
nos cordéis do desenrasca.


Nasci
aqui
no mês de Abril
quando esqueci toda a saudade
e comecei a inventar
em cada gesto
a liberdade.


Nasci
aqui
ao pé do mar
duma garganta magoada no cantar.
Eu sou a festa
inacabada
quase ausente
eu sou a briga
a luta antiga
renovada
ainda urgente.


Eu sou português
aqui
o português sem mestre
mas com jeito.


Eu sou português
aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.
Eu sou português aqui"

(José Fanha)


O meu apelo é para que não desistam de ser Portugueses!...
(deu muito trabalho a muitos e custou muitas vidas sermos Portugueses aqui)

Noélia