sexta-feira, 7 de agosto de 2009

À "laia" de Balanço, a Marina e outras reflexões

Caros leitores,

No seguimento do meu comentário de 5 de Agosto, às 13:39, no blogue: http://avereadoracareca.blogspot.com, pergunto:

Qual é o balanço que podemos fazer dos três mandatos do Eng.º Macário Correia à frente dos destinos de Tavira?
Espero que não se assustem, mas de acordo com as estatísticas do Word, seguem-se: 7 páginas, 340 linhas, 66 parágrafos, 3532 palavras e 21.393 caracteres (incluindo espaços), que vos convido a ler.

O Balanço que faço destes anos é POSITIVO, naturalmente!


Destaco:


- A construção do novo mercado Municipal;


- A recuperação da antiga praça para um local de comércio e de convívio no centro de Tavira;


- O empenho e intervenção na resolução do problema do Arraial Ferreira Neto e da sua adaptação a empreendimento turístico;


- A intervenção para resolução do problema referente à abertura do Hotel da Porta Nova que estava há não sei quantos anos para abrir com obra por terminar;


- A criação do espaço de lazer nos Moinhos da Rocha;


- A criação da Escola Fixa de Trânsito de Tavira;

- A construção das rotundas da "Morjona" (junto ao cemitério), da "Vela", da "Nora"(junto à passagem de nível da Porta Nova), a da "Nora Velha", e a do Eurotel.

- A criação do Jardim da Água, recentemente inaugurado, na Porta Nova localizado junto a dois Infantários (deveriam era ter colocado árvores maiores para haver sombras, está muito árido, mas é bonito, interessante e pedagógico);

- A transformação da praça da República num espaço sem trânsito, amplo, destinado a espectáculos e a convívio;

- A renovação e colocação de sinalética em todo o concelho, não há lugarejo na serra que não tenha uma placa com o nome (muito bem!);

- A requalificação das margens do rio, na zona da Bela Fria e na Rua Borda d'Água da Assêca;

- A requalificação do Alto de S'antana e da Capela de Santa Ana ;

- A requalificação do Palácio da Galeria e da Casa André Pilarte;

- A construção de novos parques de estacionamento junto ao mercado municipal e os da zona da Bela Fria;

- A requalificação e conversão do antigo Convento e Quartel da Graça em Pousada da rede "Pousadas de Portugal;

- A colocação de novo mobiliário urbano (contentores de lixo, papeleiras bancos);


- A requalificação da marginal de Santa Luzia;

- A aprovação da abertura de um grande centro comercial em Tavira, cuja inauguração teve lugar no passado dia 4 de Junho.


Correndo o risco de ter falhado a enumeração de alguma obra importante, passo agora a enumerar, a destacar o lado negativo ou se preferirem o lado menos positivo: sim, porque "não há bela sem senão!"...

Antes de mais quero dizer que lamento profundamente que o Sr. Presidente, não tenha estado sempre e em tudo no seu melhor, o meu balanço sobre estes seus doze anos como Presidente da Câmara seria, certamente “Bom com Distinção”, mas não sei o que é que se passou e o facto é que (e desculpem-me mas vou utilizar uma expressão muito engraçada de uma Telenovela que vou seguindo), as “lamparinas do seu cérebro” apagaram-se em momentos cruciais, a saber:

- Quando aprovou o projecto do centro Comercial “Tavira Gran-Plaza”, com a central de ar condicionado junto às moradias, interferindo negativamente na saúde e bem estar dos que lá residem; com a varanda virada para cima das moradias, retirando toda a privacidade aos que lá residem; o projecto em forma de caixote gigante, completamente desenquadrado das características arquitectónicas da cidade. Com este projecto, a localização deveria ter sido outra e para ficar localizado onde está, o projecto deveria ser mais arejado, mais airoso e enquadrado dentro das características arquitectónicas da cidade (e não me alongarei mais, porque sobre este assunto já escrevi bastante em comentários anteriores noutros blogues);

- Quando permitiu que se transformasse as Cabanas e a Conceição naquele estaleiro de betão, irreconhecível, horroroso, sufocante, que me oprime e entristece e já nem lá vou (um autêntico atentado urbanístico);

- Quando permitiu a destruição de quase todas as colinas de Tavira. Deixámos de ter paisagem natural para passarmos a ter “Betão Armado”;



- Quando permitiu o licenciamento de esplanadas ocupando praticamente todo o passeio, o que dificulta e por vezes impossibilita os peões de passarem, já para não falar das pessoas com carrinhos de bebé e que se deslocam em cadeira de rodas;


- Quando aprovou a criação da Empresa Municipal “Tavira Verde”, que levou a que os Tavirenses que já pagavam pela água um preço elevado, passassem a ter imensas taxas agregadas ao consumo de água (e sobre este assunto também já me pronunciei, é só ir consultar nos blogues cá da terra:

http://bocanotrombone-tavirices2009.blogspot.com/
http://tavirasegueemfrente.blogspot.com/

http://avreadoracareca.blogspot.com/

- Quando permitiu a realização de um evento, sob a capa de evento desportivo, que de desporto apenas parece ter o nome e pouco mais, que decorre na ilha de Tavira desde 2005.

O que decorreu na ilha de Tavira entre os dias 4 e 7 de Abril de 2007, foi bem demonstrativo do completo desrespeito pela natureza, e por todos aqueles que contavam passar uns dias aprazíveis e de merecido descanso naquele local.
Sob a capa de um evento desportivo, como já referi, destinado a estudantes de desporto e para 3.000 participantes, estiveram na ilha para cima de 5.000, de acordo com o n.º inscrito numa das pulseiras utilizadas por um dos participantes e à noite o desporto foi de festas mais conhecidas por “Raves”, com muito álcool e sabe-se lá que mais à mistura.

Em 2005, decidimos ir à ilha passar uns dias na Páscoa. Infelizmente, coincidiu com o evento desportivo do “Projecto Abóbora”. O ruído era ensurdecedor, parece que tínhamos as colunas dentro de casa, as paredes até pareciam estremecer. Dirigi-me à recepção por duas ou três vezes a pedir para baixarem o som porque estava muito alto e tinha uma criança com quatro anos e um bebé com 6 meses em casa e estávamos a tentar dormir. Não será necessário referir que foi uma noite de autêntico pesadelo que nos deixou com os nervos em franja. Soubemos, posteriormente, que houve imensas queixas provenientes do Hotel “Albacora”, de Santa Luzia e de Cabanas, tal era o nível do ruído. Telefonámos para a GNR que nos informou não poder fazer nada porque o evento estava devidamente autorizado. Perguntámos se essa autorização implicava que se fizesse todo aquele ruído e no meio disso onde é que se encaixava a Lei do Ruído? Por outro lado pergunto como é que é possível a empresa a quem foi concessionada a exploração do Parque de Campismo a “AGETAV” através (ao que sei) de um concurso público, poder agora sub-concessionar ou arrendar aquele espaço que é da sua responsabilidade a uma qualquer empresa durante quatro ou cinco dias, durante os quais não se encontra lá qualquer responsável desta empresa (a Agetav)? Esta situação é legal? E durante esse período não se mantém em vigor o Regulamento Interno do Parque de Campismo, ou será que fica suspenso? A meu ver é tudo, no mínimo, muito estranho e duvidoso.


Nos dois anos seguintes (2006 e 2007) e já tendo vivido aquela terrível experiência não fomos para a ilha, embora não fosse essa a nossa vontade, mas não tivemos opção e ficámos na cidade, só tendo lá ido no domingo de Páscoa, com o evento já terminado. Mas, quem se deslocou à ilha de Tavira foi recebido com um lindo postal de “Boas Vindas”. Logo à entrada quem saída do barco deparava-se com um espectáculo verdadeiramente degradante, de lixo espalhado pelo chão e a transbordar dos contentores de lixo, isto para não falar do cheiro nauseabundo a “mictório” público. Mas que lindo cenário Pascal e Primaveril! O Senhor Presidente é que lá devia ter ido, para ver com os próprios olhos! Afinal é uma pessoa tão dedicada, empenhada e preocupada com todos os assuntos da sua edilidade e do ambiente, em geral, que acredito que se sentiria, igualmente, bastante incomodado com aquela situação. Pergunto: nós fomos obrigados a optar por ficar na nossa casa em Tavira, para fugir àquele inferno de ruído e confusão e quanto às espécies que têm na ilha de Tavira e nos pinheiros do parque de campismo o seu Habitat Natural? É caso para dizer que o desporto afinal já não é o que era!...

No ano passado (Verão de 2008), foi ouvirmos o Sr. Presidente, Eng.º Macário Correia a dar entrevistas na televisão, muito revoltado com os distúrbios na ilha de Tavira (e faz ele muito bem em defender a “sua” terra e a ordem), o que não deixa de ser anedótico e hilariante, afinal ele esquece-se de um dado importantíssimo, foi ele que promoveu essa situação, autorizando estes eventos “Desportivos” na Ilha de Tavira.
Quanto a esses pseudo eventos internacionais de desporto, creio que está na altura de procurarem outro local para realizarem as suas “Raves”, que é como quem diz espero que para o ano não seja autorizado pelas entidades competentes a realização na ilha de Tavira deste evento que decorre desde 2005 organizado pelo “Projecto Abóbora”, num profundo e completo desrespeito pela natureza, e pelos restantes visitantes que se deslocam à ilha nesta altura, e para com aqueles que gostariam de se deslocar, mas que já nem se deslocam para não se sentirem incomodados. Se como dizem mais de 60% dos participantes eram espanhóis,fora os que não entraram na estatística, então porque não passarem a realizar este evento internacional na nossa vizinha Espanha? Porque lá, muito provavelmente, não permitem estes abusos. Aliás, tivemos há não muito tempo um (mau e infeliz) exemplo através de um notícia divulgada em todas as televisões , da expulsão de estudantes Portugueses que se encontravam em Espanha numa viagem de finalistas (e o que fizeram por lá parece-me que ficou bem distante, do que se faz por cá).
Devo acrescentar que esta é uma questão que ultrapassa em muito o meu incómodo pessoal porque eu posso, felizmente, reclamar junto das entidades competentes, o mesmo já não acontece com as espécies que têm na ilha de Tavira o seu habitat natural e que deveriam, supostamente, ser protegidas pelas entidades competentes, de acordo com o previsto na Lei.

Acredito não ser necessário, mas relembro que viver em Liberdade e democracia não é desrespeitar a natureza, a Lei, as normas de civismo e conduta social, os nossos semelhantes, um espaço que é de todos e para todos, viver no pressuposto do “agora vale tudo” etc., antes pelo contrário, é precisamente a garantia de que tudo isso não se verifique.

- Quando permitiu que se verificassem tantas ilegalidades e “trafulhices” nos concursos para admissão de pessoal, pelo menos é o que se fala. Provas, provas só tenho uma a de um concurso em que eu própria concorri. Até escrevi, sobre isso, uma carta ao Sr. Presidente com algumas oito páginas e que esperava que ele tivesse tido a dignidade de responder, mas, infelizmente não tive essa sorte. Mandou que me respondessem, com umas lacónicas 4 ou 5 linhas. Mas sabem, neste caso, e embora tenha sido desrespeitada a lei, embora eu tenha passado um mau bocado, agora olhando para trás, parece-me que tenho que lhe agradecer! Ironia das ironias, não concordam? Se não tivessem subestimado de uma maneira tão grosseira a minha inteligência, hoje certamente não estaria aqui a dizer todas estas coisas. Lá diz o ditado e com razão que “O que não me mata, torna-me mais forte!” No meu caso, melhor aplicação era impossível...

Como podem constatar sou uma Tavirense atenta ao que se tem passado na minha terra.

O meu balanço é positivo (mal fora se ao fim de doze anos fosse negativo, para um Presidente com tantos predicados), mas atendendo aos aspectos negativos que registei, não posso atribuir mais do que 13 (treze) valores, qualificação de suficiente.

O Eng.º Macário Correia deu, de facto, outro protagonismo a Tavira, a cidade está irreconhecível, promoveu um turismo massificado, quando Tavira é uma cidade que deverá apostar num turismo de qualidade, que ele com a sua política afastou muita gente que deixou de vir para esta que era uma cidade de referência em termos de pacatez. Descaracterizou a ilha de Tavira, outrora uma ilha muito procurada por famílias para passarem as suas férias num parque de campismo agradável. Porque é que as pessoas de Tavira vão cada vez menos à sua ilha? Será que tanto crescimento trouxe mais desenvolvimento a Tavira? Porque importa distinguir crescimento de desenvolvimento. Em Tavira há um ditado muito antigo que diz: "Tavira sempre foi má mãe e boa madrasta!" O Eng.º Macário Correia conseguiu, na minha opinião, promover ainda mais essa máxima. Digo isto porque não sinto assim tanta felicidade nos Tavirenses, acho que houve crescimento excessivo do betão. Por isso não posso deixar de sentir alguma apreensão em relação ao candidato do “Tavira segue em frente”. Tavira não pode continuar a seguir em frente sob o risco de poder vir a cair no abismo. Tavira tem que parar, tem que colocar um travão ao avanço do betão, reflectir e decidir por qual dos caminhos quer seguir.

Entre 1989 e 1992, durante três anos lectivos, frequentei (com aproveitamento) na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve o curso de Técnicos de Empresas e Actividades Turísticas. Ensinaram-nos, ou melhor alertaram-nos, entre muitas outras coisas para a importância de respeitar, valorizar e preservar o nosso património cultural, ambiental e monumental. Maus exemplos como Praia da Rocha, Armação de Pêra, Albufeira, Quarteira, eram-nos apontados como grandes erros cometidos no Turismo Algarvio. Exemplos como o Sotavento Algarvio eram apontados como o que se deve manter e promover. Criando naturalmente mais infra-estruturas, mas sem voltar a repetir os erros já cometidos no Barlavento. O Sotavento constituía a esperança de se vir a conseguir ter uma alternativa turística de qualidade, para o tipo de turista que não gosta de massificações, de betão, que procura a calma e o sossego para as suas férias e para descansar. Tavira estava visivelmente nessa rota e agora, que presente e melhor: que futuro se pretende para a nossa “Veneza Algarvia”? E, como refere o Jornal Público, para o nosso paraíso – a ilha de Tavira?


Antes de terminar, quero rectificar a classificação atribuída ao Sr. Presidente. Reflecti melhor sobre o assunto e tendo em conta que ele é em grande parte responsável por este meu “despertar”, e pessoas com este tipo de atitude fazem falta na sociedade, decidi atribuir-lhe mais um valor, digamos que vou considerar como um exame de melhoria de classificação. A média sobe assim para 14 (catorze) valores, qualificação de “Bom”.



Transcrição da notícia do Jornal “Público”:

Ilha de Tavira ocupada por três mil jovens desportistas durante três dias 08.04.2007, Idálio Revez O Internacional Sports Meeting juntou jovens a praticar 35 desportos em 72 horas.Apanhar sol e beber copos foram outras modalidades que também tiveram muitos adeptosO que podem fazer três mil jovens, durante três dias, numa ilha só para eles? Comunhão com a natureza e desporto, poderia ser a resposta. Porém, o Internacional Sports Meeting, que ontem terminou na ilha de Tavira, prometia 72 horas ininterruptas, e para alguns participantes foi mesmo um teste de resistência. E não apenas à prática desportiva.Na hora do regresso a casa, o cansaço físico, aparentemente, não pesava nos olhares, que brilhavam mesmo com o sono a puxar as pálpebras para baixo. No fim ficou promessa de que para ano a "festa ainda vai ser mais rija, e com mais gente". Vieram de 18 países, como a Letónia e a Venezuela, a França e a Inglaterra, mas foram as vozes dos espanhóis que mais se fizeram ouvir. Ontem, desarmada a tenda, ficaram as recordações e as trocas de mensagens. Questionados sobre o que mais gostaram nestes dias no paraíso algarvio, a resposta foi quase invariável: "O convívio, a festa".O acontecimento foi um êxito também para a organização, que, por falta de capacidade, teve de fechar as inscrições um mês e meio antes da realização do encontro. "Tinhamos que garantir a segurança", diz Tiago Pereira, sócio do Projecto Abóbora - a empresa que organiza este evento, que começou por ser um encontro nacional de estudantes da área das Ciências do Desporto e Educação, tendo evoluído para uma estrutura profissionalizada.Santi, licenciado em Engenharia Industrial, e Miguel, estudante de Telecomunicações, na hora da partida para a Galiza, não se cansavam de repetir: "Foi muito, muito bom. Conhecemos muita gente". E desporto, praticaram? "Bebemos e passeámos". Miguel confessou que se inscreveu em voleibol, mas quando chegou a hora da prova, tomou outra opção: "Fiquei sentado na praia, a apanhar sol". Sobre a organização do evento, Santi queixou-se da demora de entrada no parque de campismo. "O controlo provocou filas de espera enormes". Por último, um lamento: "Não nos deixaram entrar com garrafas de bebida para dentro do parque". Tiago, estudante de Informática, de Leiria, revela uma forma de contornar a dificuldade: "Metia-se a bebida numa garrafa de plástico, e o whisky até passava por ser chá".Carlos Ervilha, da equipa de colaboradores do Internacional Sports Meeting, reconhece falhas: "Há coisas que têm de ser melhoradas - na praia, os campos estavam muito em cima uns dos outros, por vezes houve uma certa confusão". O papel que lhe coube foi de monitor nas modalidades de Orientação e Insufláveis. Para os verdadeiros atletas, havia 35 desportos, a disputar, ao ritmo de 72 horas non stop. "A ideia do non stop, a bem dizer", explica Nuno Oliveira, do Projecto Abóbora, "tem a ver com o permanente espírito desportista, que se procurou imprimir ao evento". À noite, naturalmente, o desporto teve outras variáveis, que podiam passar por ouvir música, ou pelas massagens terapêuticas, ou "beber um copo". Embora não houvesse competição, no sentido clássico do termo, os prémios, ainda que "simbólicos", fizeram despertar a adrenalina. Carlos Ervilha ironiza: "Ninguém gosta de perder, nem a ervilhas".Os espanhóis representaram cerca de 60 por cento do número de inscritos, mas, quando se juntavam em grupo, parecia que o castelhano era o único idioma da ilha. Rute fez parte de um grupo de 26 jovens da Galiza, acabando por conhecer colegas de Andaluzia, Granada e Madrid. Na hora do adeus a Tavira, desabafou: "Não sei se posso cá voltar para o ano, o meeting coincide com o finalizar do curso". Porém, acrescentou: "Não vou esquecer esta ilha "encantada"". E no seu caso, garante: "Eu pratiquei desporto". Notícia publicada no Jornal “Público” de Domingo 08/04/2007


E agora sobre a Marina e outras reflexões:

Relativamente à Marina, andam por aí a tentar fazer passar a ideia de que o actual Presidente da Câmara o Sr. Eng.º Macário Correia não conseguiu fazer aprovar o projecto da Marina. Não conseguiu deixar essa obra na sua extensa lista (de quase doze anos) de obra feita porque o PS não deixou. Acreditam nisso, acham que foi realmente esse o motivo? Eu não acredito pelo simples motivo de que o Presidente da Câmara é uma pessoa muito competente e persistente, ele conseguiu (por exemplo) fazer com que alterassem a designação de “industrial” para “comercial” para aprovar o projecto do Centro Comercial, onde se ergue agora o “Tavira Gran-Plaza” e não ia, se quisesse, conseguir fazer aprovar o projecto da Marina? Parece-me muito pouco provável e acho que é estar a subestimar a capacidade de trabalho e a inteligência deste Senhor, que afirmou de si próprio, na sua declaração política para as eleições autárquicas para a Câmara Municipal de Faro o seguinte:

“Tenho a experiência e a determinação conhecidas. Não sou hesitante, não adio decisões. Sei trabalhar em frente, em diálogo com todos, da madrugada à noite seguinte.”
“Sei que uma coisa é falar, a outra é decidir e fazer. Eu já provei que sei fazer as duas e com determinação.”
“Estou aqui para trabalhar. Sei trabalhar com um ritmo que é conhecido, noite e dia. Por norma, sou o 1.º a entrar e o ultimo a sair. Faro precisa de decisões rápidas, motivação, uma estratégia clara e muito, mesmo muito trabalho.”

E, o que dizer então da apresentação resumida do candidato na lista à Câmara Municipal (que se transcreve abaixo)?
“Nesta altura seria fastidioso enumerarmos todas as funções, actual e anteriormente desempenhadas, pelo Eng.º Macário Correia. Dir-se-á apenas que se trata de um Eng.º Agrónomo licenciado em 1982 e que obteve mestrado em Montpellier em Economia Rural. Na Câmara de Tavira desde 1998, é também administrador da ALGAR SA, presidente do Conselho de Administração da Agência Regional de Desenvolvimento do Algarve, preside à mesa da Assembleia Geral da Globalgarve, da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento e da Federação de Bombeiros do Algarve. É ainda membro da Comissão de Cooperação Euromediterrânica e do Comité das Regiões da União Europeia. Do muito serviço público que já fez, destaco a vereação na Câmara de Lisboa, entre 1993-1997; a secretaria de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais (87-90) e, depois, a do Ambiente e Defesa do Consumidor (90-91). Aposta agora num ambicioso desafio, que passa por devolver à Cidade de Faro algum dos prestígio e grandeza perdidos nos últimos anos.”
(A versão integral da declaração política poderá ser consultada em: http://www.macario-faro.com)

Acreditam realmente que um homem com este perfil, com esta determinação, com este poder de decisão, com esta motivação e capacidade de trabalho, com um curriculum destes não teria conseguido fazer aprovar o projecto da Marina se quisesse? Não me façam rir!... Desculpem, mas ou ele só começou a ser assim agora desde que decidiu candidatar-se à Câmara de Faro, ou o que dizem não tem qualquer fundamento. Em que ficamos, afinal? Duvido que alguma vez o Eng.º Macário Correia tenha feito tal afirmação!... O homem que chegou a Tavira e começou a tirar os projectos da gaveta que já quase tinham bolor e a colocá-los de pé, como o mercado Municipal e o Hotel “Albacora”, antigo Arraial Ferreira Neto, que estava ao abandono, a saque e servia de abrigo a toxicodependentes? Não estamos certamente a falar da mesma pessoa!..


Outros blogues que sigo:
http://almareado.blogspot.com/
http://taviranoxxi.blogspot.com/

Cumprimentos e até breve com mais reflexões e outras surpresas!

Noélia Falcão


Nota: Ao reler o texto fiz algumas pequenas alterações que, certamente, alteraram a estatística apresentada no início do texto.


Não posso deixar de recomendar uma visita a um "sítio" muito interessante que descobri hoje:

http://www.viva-tavira.com


e digo mais:

VIVA A NOSSA TAVIRA!

"Sou o concelho, sou a cidade,
já tenho idade para ser velho,
mas mocidade, renasce em mim,
numa saudade, numa saudade sem fim!
Além nas ondas do mar
onde molham as estrelas,
Minha barca é um altar
meu coração a rezar
também vai junto com elas.

Sou o concelho, sou a cidade,
já tenho idade (...)"


(não me recordo da letra toda, já lã vão muitos anos, e também não sei quem é o autor, desculpem! Mas deve haver por aí muita gente que se deve recordar...).




10 comentários:

  1. Gostei do exercício! Claro que há pontos que concordo e outros em que discordo, mas há-que que felicitá-la pelo tempo dispendido a escrever este texto, assim como pela forma como o expôs.

    Dois pontos que gostaria de referir: Marina e Ilha.

    Como referi no meu blog, e talvez a Noélia não esteja a par de como funciona o sistema no que concerne a infrastruturas marítimo-portuárias, a responsabilidade de aprovação (no caso de Tavira, que está inserida num parque natural) cabe ao ICN e ao IPTM. Ambas são instituições públicas cujos responsáveis são nomeados pelo Governo. A CMT teve desde o início um projecto de Marina e mais tarde após recusa do ICN passou a Porto de Recreio. No entanto, o IPTM sempre rejeitou o projecto, pese embora as promessas de sucessivos ministros que iria para a frente. Ao contrário de tantas outras empreitadas, neste caso concreto o IPTM tem o poder de permitir ou não a construção destes equipamentos.

    Ora se o Eng. Macário Correia é tão influente, e tenho a certeza que uma obra destas só lhe daria uma imagem mais positiva, quais as razões para Tavira não conseguir um porto como deve ser quando no mesmo espaço de tempo Portimão, Olhão e VRSA construiram novas marinas? E no caso de Olhão, em pleno Parque Natural da Ria Formosa? Não me parece que fosse do interesse da autarquia que este projecto não fosse executado. Não se trata de victimizar o Eng. MC, mas de olhar com desconfiança para todo este caso.

    Em relação à ilha, subscrevo o que disse, mas mantenho alguma reserva quando fala em "respeito pela natureza".

    Eu cresci a passar noites de verão na ilha. Os bares fechavam às 2, ninguém fazia daquilo uma discoteca e havia muito respeitinho pelas concessões. Sim, bebiam-se uns copos e tocavam-se guitarras. Mas isso faz parte do convívio e da juventude. Depois chegaram os espanhóis...

    O que começou por uns encontros inofensivos transformou-se num autêntico "festival" que afasta da ilha todos aqueles que realmente a respeitam. Esses mesmos, que descobriram a ilha falaram aos amigos e cedo transformaram a ilha numa discoteca ao ar livre, com direito a sessões de pancadaria que antes simplesmente não existiam. O respeito pela propriedade dos outros esfumou-se e os donos dos bares foram cumplices neste aspecto, transformando simples bares de praia com música ligeira em autênticos bares-discoteca, o que só piorou mais a coisa. Visitar hoje a Ilha de Tavira, sabendo como era há 10 anos atrás é deprimente.

    Para finalizar, quando fala em repeito pela natureza estará a falar no respeito pelos campistas. Na Ria Formosa a fauna divide-se fundamentalmente em 2 tipos: Aves e peixes. Ora se os peixes não sofrem com o barulho (e o ICN só serve para proibir porque nada faz para fiscalizar a pesca ilegal e as descargas na ria), as aves que migram até cá no Verão preferem o sapal às dunas, sendo que a sua maioria descansa muito longe da zona de Bares da Ilha.

    Na minha modesta opinião, deveria mencionar o saneamento público da Ilha, com o Parque de Campismo à cabeça no volume de àguas residuais que durante anos formaram uma piscina de material em decomposição a meras dezenas de metros do parque. Se é o respeito pela natureza que se pretende, teria que ser eliminado o parque de campismo e mudado para outra zona do concelho, pois este nada de bom trás à vida animal e ocupa um espaço precioso das ilhas-barreira.

    Cumprimentos,

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  2. Olá Noélia,
    não imaginas há quantos anos tento lembrar-me dessa letra...Também fiz parte da 1ª Marcha de S. João realizada em Tavira, pela mão da D. Lurdes Cirne (professora) Obrigada, foi bom recordar. Paula

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  3. Cara Paula,

    Eu tenho a letra, algures!... Tenho que ver se a encontro para a publicar aqui. Foi uma experiência muito gratificante. Fizemos uma marcha tão engraçada, colorida e divertida, e com tão pouco!...

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  4. Caro Almareado,

    Obrigada pelo seu comentário.

    Confirmo que de facto não estou a par de como funciona o sistema no que concerne a infraestruturas marítimo-portuárias. Mas essa parte do meu comentário sobre a Marina foi feita com alguma ironia à mistura, que pode ter a leitura mais evidente que lhe dei, mas que serve igualmente para acentuar precisamente essa certa desconfiança a que se refere. Afinal se o actual Presidente é uma pessoa que se bate por aquilo em que acredita e vai "à luta" pelos projectos que tem para a cidade, porque é que não conseguiu que lhe aprovassem o projecto da marina? A dúvida está lançada e o futuro certamente que só nos poderá revelar a resposta, seja ela qual for.

    Quanto ao respeito pela natureza, eu também sou do tempo em que o pessoal jovem e até menos jovem se juntava e se tocava guitarra e se cantava e se divertiam e como refere havia "muito respeitinho" e não podia estar mais de acordo quando refere que: "Visitar hoje a Ilha de Tavira, sabendo como era há 10 anos atrás é deprimente." Sobre este assunto ilha de Tavira, deixei um comentário no Blogue do candidato do PS, na intervenção do mandatário da candidatura "Temos saudades de Tavira" que não foi, ainda, publicado, espero que não demore muito tempo!

    Quanto às aves, as que migram até cá em Março/ Abril, por altura da Páscoa e em que decorre o evento desportivo também preferem a zona do sapal, e na ilha, na zona dos pinheiros não vivem aves?

    Para finalizar e relativamente ao saneamento básico, já existe na ilha de Tavira desde o ano passado, pelo que o problema que refere já foi solucionado.

    Cumprimentos,
    Noélia

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  5. Folgo em saber que o problema do saneamento já foi resolvido. Custou mas foi!

    Na zona dos pinheiros vivem aves e répteis mas no sítio onde está o parque o mais importante será sempre a vegetação dunar que mantém a areia e previne o desaparecimento das ilhas barreiras. As aves migratórias procuram o sapal para descansar e se alimentarem, até porque fazem ninho no solo e ninguém esperaria que dormissem num parque de campismo.

    É um tema que me apaixona e sei que muita gente não está a par do que se passa no PNRF, pelo que tentarei escrever convenientemente sobre o tema no futuro.

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  6. Cara Noélia, mais uma vez me surpreende com a sua capacidade de iniciativa e pelo imenso tempo que disponibiliza para as suas análises. Acho muito bem, quando queremos dar a nossa opinião devemos ter argumentos que a sustentem, logo é necessária uma reflexão profunda sobre os assuntos a serem discutidos.
    Como o amigo Almareado concordo com alguns pontos e outros nãos. No que se refere à Marina acho que devemos esperar para ver, no que se refere à ilha... bem a ilha é a ilha. Infelizmente tudo aquilo que aqui já referiram é bem verdade, mas quero ainda acrescentar outro "culpado" na degradação desse nosso bem tão essencial. Para mim outro dos capatazes da ilha são as forças de autoridade. Antigamente, nós estavamos na ilha descansados, quem queria estar em família estava, quem queria estar nas guitarradas e a beber umas cervejinhas, tava! Mas existiam sempre agentes de autoridade nas redondezas, jamais em tempo algum me senti insegura na ilha tivesse que idade tivesse. O ano passado, sim porque este ano ainda NaO FUI A ILHA ( :( ), eram 10 da noite e estavam dois agentes da GNR em frente aos bares, contudo por volta da 1 da manhã não se via nenhum agente nas redondezas. Noutros tempos (basta recuar uns 3 anos atrás) sabiamos que a "autoridade" andava sempre por lá, logo não havia abusos e quanto menos asnerias fizessemos menos nos chateavam. Hoje em dia digam-me como é possível surgirem cenas de pancadaria, palhotas queimadas, miudas violadas, enfim... não me venham dizer que ninguem pode fazer nada em relação a isto. Enfim...

    Quero ainda acrescentar, cara Noélia, que discordo consigo quando refere que Tavira deve parar e não "seguir em frente". Devemos seguir em frente mas olhando para trás e aprendendo com os erros do passado. Mas "seguir em frente" sempre! O mundo não pára, o tempo não pára e nós também não devemos parar. Como tal, confio que o candidato "seguir em frente" será um bom comandante nesta nossa viagem, não fosse ele espectador atento e crítico da obra do Eg. Macário.

    Por último a minha avaliação para o Eg.Macário seria de Bom (16). É preciso analisar a obra corrente, não só no que se refere ao presente (12 anos de mandato) mas também em relação ao passado (antes dos 12 anos).

    Cumprimentos

    Ana

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  7. Algumas das coisas que a srª Noélia apresenta em relação á obra do Macário, tal como o mercado novo, a conversão do mercado velho, mais uma ou outra coisa, são obras do PS. O Macário, apenas recebeu o proveito e as inaugurar.
    E uma coisa é certa! Tudo aquilo que se falou mal do Algarve, em termos de construcção (o próprio Macário falava mal) ebetão e mais betão. Isso veio acontecer em Tavira. Então antes uma pessoa falava mal da construcção em vários concelhos do Algarve e depois que assume o poder... Esquece-se completamente daquilo que pregava! E fica conhecido como o Rei do Betão. Muito estranho...
    Em relação á ilha de Tavira. O que se passa lá é uma vergonha!!!!!! Então em plena Páscoa há festas lá que duram até de manhã, em que a musica chega a ser ouvida pela cidade toda. Mas no entanto, durante o verão, bare sde praia fecham ás 20h e restaurantes ás 24h. É muito estranho, não é!!! Dizem qeu é para não incomodar quem está no parque. Mas esses restaurantes nunca incomodaram ninguem no parque!!! E as pessoas que estão na ilha nãi é para estarem a dormir á meia-noite. Mas no entanto na Pascoa já se pode fazer barulho e lixo até ás tantas!!!!! Problemas na ilha aconteciam sempre depois das 2 da manhã quando tudo estava fechado e eram feitos por miudos que nem sequer eram espanhois e muito menos frequentavam os ditos restaurantes/bares.

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  8. Relativamente as obras atribuidas ao Sr. Eng. Gostaria de dizer que algumas delas eram ja projectos do anterior executivo como o caso do Palácio da Galeria, mas passemos a frente...
    Temos andado muito a volta dos pontos positivos ou negativos desta governação, no entanto parece escapar a visão mais ampla e as perguntas mais pertinentes.

    Melhoramos a nossa qualidade de vida nos ultimos 12 anos? Acho que a resposta é NÂO.~

    O que foi feito pela autarquia de uma das zonas "tecnicamente" mais rica de Portugal" foi suficiente? a resposta é NÂO.

    Comparativamente com outras zonas semelhantes na Europa parece-nos que existe por parte do PSD alguma ESTRATEGIA DE FUNDO para inverter esta situação? e a resposta é NÂO.

    Tavira tem bastante pobreza, sera que este executivo teve empenho em inverter a situação e aproximou os ricos dos probres? pois imaginem a resposta

    Quanto ao funcionamento da autarquia, parece-nos que actua de modo transparente e melhorou a eficiência para com os munícipes e aumentou o índice de motivação interna para os funcionários? aqui a resposta é mesmo NÂO

    Lamento minha cara Noélia mas a nota para este executivo camarario é mesmo negativa.
    Acho que devemos ser pragmáticos e analisarmos a NOSSA situação a luz de padrões de desenvolvimento mais exigentes que ultrapassem os simples comentários avulsos nas paginas de campanha de cada um. A quantidade dificilmente substitui a qualidade.

    obg

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  9. É relativamente interessante que os dois comentários anteriores refiram que AFINAL tudo o que aconteceu de bom tinha já sido começado pelo executivo anterior! É triste que a nossa cidade esteja reduzida a cores partidárias. Já era h disso acabar. Quanto a análises, mas análises sérias e imparciais. Concordo com a Dona Noelia em alguns pontos mas considero, e porque sou uma pessoa positiva, que a prestação da autarquia foi positiva. No entanto já era h de mudança. Saudações

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  10. Caro Peter Pan,

    Apesar dos aspectos negativos que enumerei, eu também considerei a prestação da autarquia positiva, a classificação é que não é muito elevada. Concordo consigo e também acho que é hora de mudança, é hora de colocar um travão ao avanço do betão, é hora de melhorar a qualidade de vida dos Tavirenses, é hora de olharmos para dentro da nossa cidade e do nosso concelho, de o preservarmos em termos arquitéctónicos, ambientais e culturais.

    Estou de acordo com o último anónimo "np" quando refere que: "A quantidade dificilmente substitui a qualidade."

    Quanto ao anónimo de 21 de Agosto, que eu saiba o mercado novo pode ter sido um projecto do PS, mas que demorava em saír da gaveta. O actual Presidente chegou e meteu mãos à obra, não foi assim? Quanto à ilha de Tavira, meu caro anónimo não poderia estar mais de acordo consigo, o que lá se passa é de facto vergonhoso, mas sobre este tema publicarei oportunamente a minha opinião detalhada no "noeliadisse.blogspot.com".

    Quanto ao "rei do betão", é de facto curioso como as pessoas mudam rapidamente a casaca. Quando no Alagarve a preocupação é em preservar o que ainda pode ser preservado e evitar os atentados urbanísticos que se verificaram por esse Barlavento, O Sr. Eng.º Macário e Arq.º Paisagista fez precisamente o contrário. mas ainda bem que ele também é Arquitecto Paisagista, nem quero imaginar como teria deixado o concelho de Tavira!... Se o sendo já o deixou neste estado caótico, imagine-se como a teria deixado se não fosse Arquitecto Paisagista.

    Cumprimentos e até breve.

    Nota: Convido todos a lerem o meu artigo "A estreia" em mmsalgarve.blogspot.com.

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